quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

A Dificuldade da Aceitação

Aceitar-nos é uma tarefa bastante difícil, mas é um trabalho mais do que necessário!
É somente quando nos aceitamos que podemos ter com o outro uma relação completa. Precisamos crescer com dúvidas e nos questionando sempre se o modo como estamos lidando com as coisas está sendo distorcido pelo nosso “jeito” de olhar. Ao longo da nossa história vamos aos poucos deixando de olhar as coisas como são de fato, ou seja, ao mesmo tempo boas e ruins. Queremos dividir o bom e o mau. Que bobagem!
Será que só quando aceitamos a maldade e a bondade juntas é que podemos conhecer algo por completo? Pois do contrário, estamos lidando apenas com uma parte, um pedaço dele? Tendo conhecimento da totalidade e uma visão mais completa, assumimos uma atitude muito mais concreta.
Existe uma passagem da qual nunca me esqueço. Que além de linda, é muito profunda.
Ai está ela:

A partir do mal, muita coisa boa me aconteceu. Conservando-me tranquila, não reprimindo nada, permanecendo atenda e aceitando a realidade - tomando as coisas como elas são e não como eu queria que fossem - ao fazer tudo isso ganhei um conhecimento incomum, e poderes incomuns também, como jamais imaginara que pudesse me acontecer. Eu sempre pensara que, quando aceitamos as coisas, elas nos sobrepujam e dominam de um modo ou de outro. Acontece que isso não é absolutamente verdade e que só aceitado-as é que podemos assumir uma atitude em relação a elas. Assim, pretendo agora fazer o jogo da vida, ser receptiva para tudo o que vier, bom e mal, sol e sombra alternando-se para sempre e deste modo aceitar também a minha própria natureza com seus lados positivos e negativos. Assim, tudo adquire mais vida para mim. Que tola eu era! Como tentei forçar tudo a acontecer de acordo com o modo que eu achava que devia ser!"  (Stein, 2012, p. 112)

Tentamos a todo tempo, como diz acima, forçar as coisas a serem e se comportarem do jeito que gostaríamos que elas fossem. Mas será que assim não estamos enganando a nós mesmos? Acho que deste modo nos “auto sabotamos” o tempo todo, não?
Sejamos verdadeiros! Por mais de doa, que machuque. 
Para mim a verdade sempre foi mais forte do que a ilusão.