domingo, 8 de junho de 2014

Caminho

Lá estava ele.
Imóvel.
O caminho de terra que antes andava e que já calejada seus pés, acabou. Já via ao longe que a estrada mudava de cor. De cheiro. Mas ainda não sabia o que era.
A estrada que ele julgava como discípula, pois pensava que era ele que escolhia seus caminhos. Se esquecia por vezes das palavras do professor: "De quando em quando, ao caminhar de cabeça baixa deixando o horizonte esquecido, é a estrada que guia seus passos."
Viva.
Chegou no ponto em que aquele solo já não era mais o mesmo. O ele que via e não via, o olhado de longe, chegou. Ele se abaixou para ter certeza que seus olhos não estavam mentindo. Passou as mãos suadas no corte onde começava a grama.
Achou estranho, pois como haveria de ter grama em um caminho que chovia pouco?
O caminho mudou e nem se deu conta.
Mas a estrada esta ai. Na verdade, foi ele que mudou.
Ainda parado, respirou o ar diferente de um caminho novo. Incerto. Cheio de possibilidades.
Deu um passo. Outro. Outro.
Novamente estava caminhando.
Atravessou.
Através.
Outra vez.