terça-feira, 19 de dezembro de 2017

5 verdades budistas para se inspirar para o ano novo!

            Mais um novo ano que está para se iniciar e já começamos a desejar e fazer votos de mais amor, mais paz, harmonia e renovação. As promessas também são constantes para a virada e nova página em branco.
            A filosofia Budista fala sobre 5 verdades que são realmente desafios se quisermos ter uma atitude diferente diante da vida. O ano novo traz consigo esperança de novas mudanças, e depende do nosso entender a vida as mudanças que queremos ver em nós e no mundo.
            Segundo o Budismo, a felicidade genuína é aquela que acolhe todos os aspectos da vida, mesmo os negativos. Essa aceitação se faz necessária se quisermos viver de forma gratificante e livre. Essas 5 verdades em prática, nos auxilia a não fechar os olhos para a realidade e exercitar a constante fluidez que a vida nos obriga a lidar.

1) A preocupação é inútil

A preocupação é inútil no momento em que fica apenas na mente e não tem o poder de interferir no fato prático da vida. É energia gastada a toa.
Será que essa preocupação vai mudar o que vai acontecer? Se não, é perda de tempo que gera muita ansiedade e estresse.
O mestre budista Thich Nhat Hanh diz:
“A preocupação não faz nada. Mesmo se você se preocupar vinte vezes mais, isso não mudará a situação do mundo. Na verdade, sua ansiedade só piorará as coisas.”

Mesmo que as coisas não saiam como gostaríamos, podemos ficar satisfeitos sabendo que demos o nosso melhor.
O mestre ainda conta que temos que praticar o exercício de nos fixarmos no presente. “Estou feliz agora. Não me pergunto mais nada.”

2) Se queremos ser felizes, devemos ver a realidade como ela é.

Ao invés de ficarmos apegados as nossas próprias crenças e valores, a filosofia do budismo diz para nos concentrarmos em permanecer abertos e curiosos para qualquer nova verdade.
Às vezes queremos nos manter 100% positivos, evitando emoções ou sentimentos negativos, mas as dificuldades aparecem e aceita-las faz parte da vida, é só com a companhia de sentimentos bons e ruins que nossa felicidade será mais verdadeira. O mestre budista Pema Chödrön diz o melhor:
“Temos duas alternativas: questionar nossas crenças, ou não.
Ou aceitamos as versões fixas e impostas da realidade, ou começamos a desafiá-las. Na opinião de Buda, treinar em permanecer aberto e curioso – permitindo a dissolução de nossas suposições e crenças – é o melhor uso de nossas vidas humanas.”

3) Precisamos aceitar a mudança ativamente

Tudo na vida é mudança. Nós mudamos todos os dias, crescemos, envelhecemos. As estações do ano mudam, o clima muda todos os dias. Mesmo assim, muitos de nós tentam manter as coisas constantes e imutáveis, o que só gera frustração, pois vai contra as forças do universo.
Aceitar a mudança nos dá uma enorme libertação, pois agimos em congruência com a natureza das coisas e então não há conflito.
O budismo diz que tudo está em constante fluxo. Podemos resistir a mudança e constatar mesmo assim que as coisas não estão sempre iguais e sofrer com isso, ou então, abraçar a mudança como algo natural e caminhar de mãos dadas com ela, gerando liberdade e energia capaz de criar a vida que queremos.
“Enquanto o conservadorismo e a autoproteção podem ser comparados ao inverno, à noite, e à morte, o espírito de pioneirismo e tentativa de realização de ideais evoca imagens de primavera, manhã e nascimento.” - Daisaku Ikeda.

4) A raiz do sofrimento está perseguindo sentimentos temporários

Confundimos a idéia de felicidade com algumas emoções como alegria, euforia, prazer, mas esses são apenas sentimentos temporários. A busca frenética por esses sentimentos gera sofrimento por que eles não duram.
A verdadeira felicidade vem da tranquilidade de ser, estar contente com o que você tem e aquilo que você é.
Yuval Noah Harari descreve perfeitamente:
“De acordo com o budismo, a raiz do sofrimento não é o sentimento de dor, nem de tristeza, nem mesmo de falta de sentido.
Em vez disso, a verdadeira raiz do sofrimento é essa busca eterna e inútil de sentimentos efêmeros, que nos faz estar em constante estado de tensão, inquietação e insatisfação.
Devido a esta busca, a mente nunca está satisfeita. Mesmo quando experimenta prazer, não está contente, porque teme que esse sentimento possa desaparecer em breve e anseia que esse sentimento permaneça e se intensifique.
As pessoas são libertadas de sofrer não quando experimentam esse ou aquele prazer fugaz, mas sim quando entendem a natureza impermanente de todos os seus sentimentos, e param de aniquilá-los.”

5) A meditação é um caminho para reduzir o sofrimento

Através da meditação constatamos que tudo é impermanente, inclusive nossos sentimentos. Nos faz ficar no presente, que é realmente tudo o que temos.
Na meditação devemos observar nossa mente e nosso corpo. Com o surgimento de pensamentos, vamos percebendo o quão inútil é persegui-los, uma vez que são muito voláteis. O exercício é ficar com a mente relaxada, não se distrair com esses pensamentos, mas voltar sempre ao tempo presente. Vários sentimentos nos visitam – alegria, raiva, tédio, incômodo – mas eles passam, e nós ficamos.
Experimentamos a serenidade que não teria sido possível se ficássemos na eterna perseguição de sentimentos agradáveis momentâneos.
Você passa a viver no momento presente em vez de fantasiar sobre o que poderia ter sido (Yurval Noah Harai).



Referências:

https://sociologialiquida.com.br/5-verdades-brutais-sobre-vida-segundo-budismo/

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Quem foi temperar o choro e acabou salgando o pranto? Poema de Leandro Gomes de Barros

            Ariano Suassuna, nesta entrevista fala sobre o "problema filosófico mais grave da humanidade", ele acredita que o problema do mal e do sofrimento humano é o tema que mais gera discussão e questionamento profundo em nós.
            É perguntado a Suassuna: "Você acredita em Deus?" e, ele mais do que prontamente, responde que sim. Pois caso não acreditasse, a vida não teria sentido diante de tanta dificuldade e amarguez do mundo.
            Cita o poema de Leandro Gomes de Barros, que para ele formula uma pergunta muito séria acerca de Deus e do sofrimento dos homens, caso se encontrasse com Ele.
            Diante dos poucos minutos de fala do poeta, fiz a pergunta do poema a mim. O que você diria caso se encontrasse com Deus?

O poema:

Se eu conversasse com Deus
Iria lhe perguntar:
Por que é que sofremos tanto
Quando viemos pra cá?
Que dívida é essa
Que a gente tem que morrer pra pagar?
Perguntaria também
Como é que ele é feito
Que não dorme, que não come
E assim vive satisfeito.
Por que foi que ele não fez
A gente do mesmo jeito?
Por que existem uns felizes
E outros que sofrem tanto?
Nascemos do mesmo jeito,
Moramos no mesmo canto.
Quem foi temperar o choro
E acabou salgando o pranto?”

A entrevista: 





Referências:
http://www.pensarcontemporaneo.com/ariano-suassuna-declama-quem-foi-temperar-o-choro-e-acabou-salgando-o-pranto/

https://www.youtube.com/watch?v=Beq961fusnk

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Auto-responsabilidade pela bagunça: o bem e o mal em mim.

           Uma das grandes conquistas do mundo infantil é aprender a dizer não. Antes, ainda bebês, não tínhamos essa consciência. Nossos pais nos levavam para onde queriam, colocavam as roupas que queriam e nos alimentavam da maneira que queriam. Vamos crescendo e ao nos tornarmos adultos, aprendendo a negar aquilo que não nos agrada, separamos aquilo que gostamos e queremos para nós, daquilo que queremos manter longe.
            Parte desse processo faz com que o indivíduo se identifique com um lado e deixe o outro de lado, é importante que essa identificação seja com o lado bom, mas falaremos disso daqui a pouco. O que quero dizer é que a partir dessa separação, uma sombra vai sendo criada, um lugar depositário daquilo que nós não identificamos como nosso. Vemo-nos como apenas sob um aspecto e todo o resto está fora de mim.
            Ao longo do desenvolvimento psíquico, essa sombra, que antes era identificada como algo fora de nós, passa a se aproximar e ser encontrada em uma realidade interna e acabamos confrontados pelo problema dos opostos.
            Talvez a primeira grande e crucial divisão venha dos opostos bem e mal. É de muita importância que o lado do bem tenha um peso maior para nós do que o lado do mau. Para nossa sobrevivência e a sobrevivência do nosso ego, o bem precisa ocupar um lugar maior na nossa psique do que o mal. Ou seja, vamos nos enxergando como detentores do bem e todo o mal está lá fora, em algo ou alguém. Acaba-se criando um mecanismo de dar um lugar específico para a maldade.
            Ao perceber que os dois lados habitam em nós passamos a ter a capacidade de, aos poucos, ir assumindo responsabilidade por esse mal. Pelo nosso mal. Esse funcionamento nos torna mais consciente, pois não nos identificamos com apenas um dos lados, mas sim com a tensão que se coloca entre esses opostos. Esse é um mecanismo gerador de consciência, como diz Edinger (2008): “Sempre que somos tomados por uma identificação com um dos lados dos opostos beligerantes, perdemos, nesse instante pelo menos, a possibilidade de sermos um portador de opostos. Ao invés disso nos tornamos uma das pedras moedeiras de Deus que tritura o nosso destino. Nessas horas, ainda colocamos o inimigo para fora de nós e, assim fazendo, somos apenas uma partícula.”
            Claro que essa não é uma tarefa fácil, mas um divisor de águas para aqueles que tem a sede de se aprofundar. Edinger (2008), ainda coloca que ser sempre o vencedor não é bom psicologicamente, pois não experimentamos o outro lado da polaridade, o que nos deixa superficiais. Diz ele que a derrota é o portão para o inconsciente. Todas as pessoas profundas já conheceram a derrota e ela é parte fundamental dessa experiência dos opostos.

            A derrota ou o lado mal está em mim, mas não sou ele. Ele é parte de um todo onde existe o bem também. Isso me faz mais completo e mais inteiro.




Referências:
Edinger, E. O Mistério da Coniunctio. São Paulo: Paulus, 2008.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

A animação gay 'In a Heartbeat' encanta corações ao contar a história de um menino apaixonado!

     Homossexualidade ainda é um tema tabu entre muitos. Intolerância, raiva e ódio não são sentimentos difíceis de se achar por ai quando falamos desse assunto.
     Porém, dois estudantes dos Estados Unidos, fizeram um curta-metragem que fez com que em menos de uma semana o vídeo tivesse mais de 6 milhões de visualizações. Tratando o tema da homossexualidade de forma incrivelmente fofa: Sherwin se apaixona pelo colega de sala e seu coração pula para fora de seu corpo, perseguindo o amado. Um jeito muito engraçado de ver o apaixonamento.
    "In a heartbeat" é mais um instrumento da luta contra o preconceito LGBT, além de ser de derreter o coração.
     


No YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=2REkk9SCRn0

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Crianças super protegidas: pais-helicóptero e os desafios de uma educação saudável

              Sempre há conflito entre as gerações. Cada uma tem uma característica especial, o que gera uma identificação comum. Geração X, Y, Z e a nova geração, que muitos andam chamando de geração Alfa – aquelas que nasceram depois de 2008, são marcadas por eventos históricos e pelo modo de criação que seus pais as educa.
            Esta última é uma geração que tem pais preocupados demais e super-protetores demais. Sabem dos perigos do mundo e procuram a todo custo poupar suas crias da tristeza e do desafio que é viver.
            O artigo retirado do blog “Pensar Contemporâneo” faz um recorte e discorre sobre os pais-helicóptero, que são aqueles que ficam o tempo todo sobrevoando e girando em torno de seus filhos. E nos alerta para os males que essa proteção excessiva causa nas crianças que ainda estão se desenvolvendo.




                   Segue o artigo na íntegra:
            ‘Pais-helicóptero’ são os pais que estão sempre girando em torno dos filhos. Praticamente os embrulham em plástico-bolha, criando uma corte de jovens adultos que têm dificuldade de ter um desempenho satisfatório no trabalho e em suas vidas.
Descrição: https://t.dynad.net/pc/?dc=5550003381;ord=1499867549749Descrição: https://t.dynad.net/pc/?dc=5550003378;ord=1499867549822Descrição: https://t.dynad.net/pc/?dc=5550003382;ord=1499867818786           ‘Pais-helicóptero’ pensam que estão fazendo o melhor, mas, na verdade, estão prejudicando as chances de sucesso dos filhos. Em particular, estão arruinando as chances de que os filhos consigam um emprego e consigam mantê-lo.
            ‘Pais-helicóptero’ não querem que seus filhos se machuquem. Querem suavizar cada golpe e amortecer cada queda. O problema é que essas crianças superprotegidas nunca aprendem como lidar com a perda, com o fracasso ou com o desapontamento — aspectos inevitáveis da vida de todos.
            A superproteção torna quase impossível que esses jovens desenvolvam a tolerância em relação à frustração. Sem esse importante atributo psicológico, os jovens entram na força de trabalho em grande desvantagem.
            ‘Pais-helicóptero’ fazem coisas demais pelos filhos, portanto, essas crianças crescem sem uma ética de trabalho saudável e sem habilidades básicas. Sem essa ética de trabalho e habilidades necessárias, o jovem não será capaz de realizar muitas das tarefas exigidas pelo local de trabalho.
            ‘Pais-helicóptero’ superprotegem seus filhos e os privam de qualquer consequência significativa por suas ações. Com isso, eles perdem a oportunidade de aprender lições de vida valiosas a partir dos erros que cometem; as lições de vida que iriam contribuir para sua inteligência emocional.
‘Pais-helicóptero’ protegem suas crianças de qualquer conflito que possam ter com seus colegas. Quando essas crianças crescem, não sabem como resolver dificuldades entre eles e um colega ou supervisor.
            As pessoas resolvem problemas tentando coisas, cometendo erros, aprendendo e tentando novamente. Esse processo cria confiança, competência e autoestima. ‘Pais-helicóptero’ impedem que seus filhos desenvolvam todos esses importantes atributos que são necessários para uma carreira de sucesso.
            ‘Pais-helicóptero’ pensam que seus filhos devem vencer qualquer coisa. Todo mundo que participe de um evento esportivo deve ganhar um troféu. Todos devem conseguir uma nota de aprovação, mesmo que sua tarefa esteja atrasada ou malfeita.
            Em um local de trabalho funcional, há apenas um vencedor de uma competição, e apenas um trabalho de alta qualidade é recompensado. Se as crianças crescem pensando que independentemente do que façam irão vencer, não perceberão que, na verdade, têm de trabalhar duro para conseguir ter sucesso.
            Esses jovens mimados ficarão arrasados quando continuarem perdendo competições, se saindo mal em entrevistas ou sendo demitidos de seus empregos. Não entenderão quanto esforço é realmente necessário para ser um vencedor no mundo do trabalho.
            Esses jovens carecem de competência e ação por nunca terem tido de resolver um problema ou completar um projeto sozinhos. Esperam que outros façam essas coisas para eles, assim como seus pais sempre fizeram. Em essência, não podem pensar ou agir por si mesmos.
            A criação-helicóptero inculca uma série de atitudes negativas nas crianças. Elas crescem com grandes expectativas de sucesso, independentemente de quanto tempo ou energia investem, e sentem que merecem tratamento preferencial — sendo que nenhum dos dois comportamentos cai bem com seus colegas ou chefes.
            Em uma entrevista de emprego, os futuros empregadores podem ser dissuadidos pela atitude excessivamente egocêntrica de um jovem ou alarmados por sua falta de habilidades básicas.
            A aura de ignorância e incompetência de um jovem, combinada com expectativas de recompensas imediatas e substanciais sem relação com o desempenho, pode ser o beijo da morte em qualquer entrevista para um bom emprego.
            Quando os pais decidem acompanhar seu filho de 20 e poucos anos em uma entrevista de emprego, isso mina qualquer confiança que um empregador possa ter nesse funcionário em potencial. “Por que”, os empregadores podem se perguntar, “alguém procurando emprego precisaria trazer a mamãe ou o papai na entrevista, a menos que esse jovem seja mais uma criança do que um adulto?”.
            Mesmo de pequenas maneiras, os ‘pais-helicóptero’ paralisam seus filhos. A criança adulta de ‘pais-helicóptero’ vai fazer sua pausa para o café e então sair da copa sem ter limpado sua sujeira ou lavado sua xícara. Podemos imaginar como isso causará ressentimento entre seus colegas.
            Esses jovens esperam que “alguém” limpe sua coisas, da mesma forma que sua sujeira foi sempre limpada quando eram crianças. Não percebem que já não há ninguém os seguindo, limpando sua sujeira, seja física, interpessoal ou profissional.
            Barb Nefer, em um artigo publicado no site WebPsychology, diz que a geração do “milênio está sendo fortemente atingida pela depressão no trabalho. Um em cada cinco trabalhadores [20%] já sofreu de depressão no trabalho, comparado a 16% da Geração X [nascidos entre 1960 e final dos anos 70] e dos ‘baby boomers’ [nascidos entre 1943 e 1960]”.
            Nefer destaca que, de acordo com um “‘white paper’ da Bensinger, DuPont & Associates, os ‘millennials’ têm desempenho inferior no trabalho e índices mais altos de absenteísmo, bem como mais conflitos e incidentes de advertência por escrito”, fatores que “podem afetar o desempenho no trabalho”.
            De acordo com um artigo de Brooke Donatone publicado pelo Washington Post, uma nota de 2013 na revista “Journal of Child and Family Studies revelou que universitários que tiveram criação-helicóptero relataram níveis mais altos de depressão”.
            O artigo do Washington Post também destaca que uma “criação intrusiva interfere no desenvolvimento da autonomia e da competência. Por isso, a criação-helicóptero leva a uma maior dependência e menor habilidade de completar tarefas sem supervisão dos pais”.
            Às vezes, a melhor forma de ‘estar presente’ na vida dos filhos é não estar.
            Os artigos acima deixam claro que a ‘criação-helicóptero’ está contribuindo para um crescente índice de depressão entre jovens bem como para uma incapacidade de ter um desempenho otimizado no local de trabalho.
Se você é um pai ou uma mãe que quer que seus filhos sejam bem-sucedidos na carreira quando adultos, precisa estar ciente de quaisquer tendências relacionadas à criação-helicóptero em você ou em seu parceiro.
            Amar seus filhos significa guiá-los, protegê-los e apoiá-los. Não significa sufocá-los, superprotegê-los ou fazer tanto por eles que nunca aprendam a pensar por si mesmos, a lidar com desafios ou com o desapontamento e fracasso.
            A coisa mais amorosa que você pode fazer como pai ou mãe é dar um passo atrás e deixar seu filho cair, se preocupar e resolver as coisas sozinho. Às vezes, a melhor forma de “estar presente” na vida de seu filho é não estar. É assim que você os capacita a desenvolver confiança, competência, autoestima e inteligência emocional.
            Hoje os jovens precisam de pais que os ajudem a se tornar adultos úteis. Isso significa girar menos em torno deles e embrulhá-los menos em plástico-bolha e empoderá-los mais para que façam coisas por si mesmos, resolvam coisas por si mesmos e aprendam a lidar com as dificuldades, tudo por si mesmos.


Referências:
http://www.pensarcontemporaneo.com/2024-2/

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Entre um clique e outro vou vivendo. Vivendo?

            Como gostaríamos que todos os nossos problemas fossem resolvidos com um único clique de celular. Como se a vida fosse uma tela touchscreen e pudéssemos fazer todos os ajustes necessários virtualmente e sem se envolver. Acontece que a vida é o que está do lado de fora do quadrado iluminado, seja ele do celular, computador ou televisão.
            Para suportarmos a dor de viver – e isso exige muita energia de nós mesmos – precisamos gostar de onde estamos, porque é de dentro de nós mesmos que atuamos e agimos sobre o mundo. Acho que a palavra é empatia, precisamos praticar a “auto-empatia”.
            Algumas de nossas emoções são perceptíveis no corpo. Quando estamos com medo, nosso coração bate acelerado, as mãos ficam frias, os olhos esbugalhados. O corpo mostra para nós o que sentimos e identificar os sentimentos, nomeá-los e entender aquilo que o que passa por dentro chama-se medo, facilita o conhecimento que temos de nós mesmos. E quando mais nos conhecemos mais inteiros ficamos, mais simpáticos e empáticos ficamos conosco.
            Para passarmos pelo processo do auto-conhecimento precisamos gastar nosso tempo. É vivendo – fora das telas – que o processo acontece. É difícil descrever ou prever o gosto da fruta antes de prová-la, podemos explicar e buscar comparações, mas é só com a fruta na boca que teremos a sensação do que ela realmente é. O mesmo acontece com a vida, é só vivendo que entendemos o que ela significa.
            O tempo e a empatia andam de mãos dadas. Com a superação e o entendimento daquilo que está se passando nos tornamos empáticos, mas é um exercício que exige paciência e experiência.

A empatia comigo mesmo exerce um papel importante quando olho para minha própria vida: uma empatia posterior, que estabelece um contato emocional com o nosso passado, com aquele que realmente aconteceu. De repente, entendemos como conseguimos superar determinadas situações, determinados desafios. Ou reconhecemos que, durante muitos anos, enfrentamos corajosamente determinados medos, que tivemos a coragem de não fugir do medo. Posteriormente, reconhecemos nosso mérito, lamentamos as dificuldades, mas somos gratos por termos lidado com aquilo daquela forma (Kast, V. p.33).


            Quando praticamos a auto-empatia, fazemos as pazes com nosso interior e entendemos que naquele dado momento foi tudo o que demos conta de fazer. Com o entendimento do momento e do tempo que levamos para maturar certos sentimentos e emoções, ficamos mais plenos e mais completos por compreender que é somente desse jeito e não através de ensaio ou especulação que nos tornamos nós mesmos. 


Referências:
KAST, V. A alma precisa de tempo. Petrópolis: Editora Vozes, 2016. 

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Viver o luto para não viver de luto: Reflexões de uma mãe enlutada

         Pensando o consultório como um recorte da vida, em que contamos diante de alguém uma crônica sobre nossa semana, uma cena do nosso dia, uma dor da nossa alma, são inúmeros os temas que permeiam nossa caminhada. Porém, um tema em especial, nos toca de um jeito também especial. O luto é um assunto amargo, mas que precisa ser falado, destilado. Ele nos mostra de modo cru o outro lado da vida, a morte. Vamos aprendendo a ver de forma diferente, pois já não somos mais os mesmos.
            Renascer desse labirinto pode ser visto como uma tarefa heroica. Cris Guerra, uma publicitária que perdeu o marido antes de seu filho nascer, escreve lindamente sobre o luto de seu marido e apresenta a seu bebê o pai que ele não teve a oportunidade de conhecer. Com o coração dolorido e as lágrimas incessáveis, ela foi reaprendendo a olhar para o mundo e frisa: importante é “Viver o luto para não viver de luto”.

         Acordar. Respirar. Pensar. Existir. Não há um verbo que não doa durante o luto. Talvez dormir alivie, que é quando a dor adormece. Momento em que o medo desperta: será preciso enfrentar o dia seguinte.
            Perder quem amamos é morrer um pouco, mesmo que o coração insista em bater. O luto nos torna um lugar ruim. Queremos fugir de nós mesmos, emprestar outra vida, perder a memória, trocar de papel. Qualquer coisa que nos tire a dor com a mão, que nos salve do horror de sentir que alguém foi amputado de nós. Não há alívio imediato.
            A morte é uma verdade disfarçada de absurdo. Não se arrepende, não volta atrás, é desfecho. O verdadeiro “para sempre”. É telefone que não toca, silêncio que ensurdece, pesadelo que não acaba, falta que jamais deixará de ser.
            Enlutar-se é se mudar para uma espécie de cela blindada, da qual saímos somente para intermináveis e dolorosos banhos de sol. Uma solitária para a qual queremos voltar logo – embora triste e sombria, ela ainda é o lugar onde nos sentimos menos desconfortáveis.
            Eu me lembro de vagar pela cidade como numa cena sem áudio. Olhava ao redor e me perguntava com que direito as pessoas sorriam, se dentro de mim as luzes estavam apagadas. É assim até que a gente se acostume. A morte se repete muitas vezes. Ao acordar, está lá a morte de novo. A cada lembrança, outra morte. Até que em nós ela morra de fato — e isso demora.
            Quando meu filho nasceu foi parecido. Só que era vida. Toda hora a vida de novo. A cada instante olhar e ver: nasceu, é meu filho. Respira, mexe, chora, mama, é vida.
            Se nascimento e morte são duas verdades que crescem diante de nós, até que possamos de fato acreditar, calhou que na vida experimentei os dois de forma simultânea. Eu estava grávida quando perdi o pai do meu filho que iria nascer. Foi viuvez, mas também foi aborto: a frase cortada em pleno gerúndio. Com o coração dele que parou de bater, morreu nosso futuro.
            O que mais doía no luto era não conseguir que as pessoas sentissem a minha dor. Falei compulsivamente. Escrevi de forma obsessiva. Até que as pessoas também chorassem. E elas choraram – mais as suas dores que as minhas, é verdade, mas isso também é empatia. E quando cada momento latente de falta se transformava em um texto delicado, quando as palavras conseguiam fazer o outro vestir a minha dor, a tristeza virava alegria: que alívio me sentir compreendida. Numa espécie de alquimia incidental, transmutei dor em sorriso.
            Veja você como a vida é chegada numa ironia: o luto é praticamente um parto. É preciso reaprender a viver sem a pessoa que se foi, como quem nasce de novo – e quem permanecerá o mesmo? Viver o luto é renascer – e nascer é exercício solitário. É preciso olhar o mundo novamente e re-conhecer-se diante dele.
            Mas, como criança que cresce, o luto demanda tempo. Enquanto isso, não sai por aí despertando sorrisos. Num mundo programado para a felicidade, o luto constrange. Abre um hiato de mal estar. A morte é certeza demasiado espinhosa para que se toque nela com naturalidade.
            O momento menos solitário talvez seja a primeira semana, o primeiro mês, enquanto duram os rituais de despedida. Passam-se alguns dias e todos retomam suas vidas. Ninguém mais quer falar sobre isso. A não ser o próprio enlutado, que não quer falar de outra coisa. Agora é que a dor vai começar. E parece que não vai parar nunca. Talvez fique para sempre mesmo: a perda vai se alojando no corpo, como uma bala encapsulada, até não incomodar mais. Com paciência, o tempo muda os afetos de lugar. Passa a morar em mim quem se foi.
            E então a dor me leva a outros lugares. Abre meus olhos, me ensina a mudar de assunto. E assim, distraidamente, vai me mostrando a vida de novo – agora outra, porque sempre é tempo para mudar.
            A perda pede recolhimento como um pós-operatório, ou reincide. A ferida se abre de novo. É preciso respeitar o luto (e entregar-se a ele, sem medo) até que chegue sua hora de ir embora. Cada um descobre sua forma de colocar a dor para trabalhar em outra direção. A falta pode ser, então, bastante reveladora.
            Quando pequenos, aprendemos com os livros infantis. Depois de adultos, as pessoas que se vão passam a nos fazer pensar sobre nossas vidas. Lembram-nos a urgência de amar quem está vivo e perto. E ensinam que fazer escolhas não precisa ser tão sofrido, nem carece do peso da certeza de ser para sempre. Nenhum de nós é para sempre.
            A vida é curta, sim. Não vem com prazo de validade nem traz garantias. Cada fim de ano é oportunidade única para afetos reunidos – riso e choro, inclusive. Comemore. Mesmo com um lugar vago à mesa, a família está ali. O peru está de dar água na boca. As crianças correm lá fora. O brinde à vida não pode esperar.





Referências:

http://vamosfalarsobreoluto.com.br/2016/12/26/viver-o-luto-para-nao-viver-de-luto/

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Amor: Onde há dois não há certeza

             Em uma cultura consumista como a nossa ansiamos pelo imediatismo. Tudo é para agora e para já. Não temos mais paciência para esperar que a fruta caia do pé, que a criança demore a falar, que seu amigo não responda prontamente sua mensagem, que seja respeitado o limite de velocidade nas estradas. Ah, e queremos garantias também, “sua satisfação ou seu dinheiro de volta”, sem riscos, sem achismos, só a certeza de que no fim, seu contentamento será completo.
            Inseridos nessa cultura afobada estamos nós; seres humanos que vivem o depois se esquecendo do agora. O mesmo que acontece fora, está acontecendo internamente, estamos em plena comunicação com o todo, afinal, é difícil estar no mundo sem fazer parte dele. Vivemos o futuro: crises de ansiedade estão mais comuns do que nunca.
            Ficamos ansiosos, preocupados e ocupados o tempo todo. Não sei o que quero, mas quero hoje. Essa linguagem fica desorganizada e fora de contexto quando falamos de nós, dos nossos sentimentos e de como digerimos nossas emoções e nossas relações. A exatidão dos feitos não vale e não tem a mesma forma, nem a mesma precisão das percepções de alma.
            Bauman (2004), fazendo um recorte do tempo atual e das relações amorosas, diz:

A promessa de aprender a arte de amar é a oferta (falsa, enganosa, mas que se deseja ardentemente que seja verdadeira) de construir a ‘experiência amorosa’ à semelhança de outras mercadorias, que fascinam e seduzem exibindo todas essas características e prometem desejo sem ansiedade, esforço sem suor e resultados sem esforços.

            O autor fala da dificuldade em se relacionar nos tempos modernos, o encontro amoroso não acontece seguindo a lógica atual. “Onde há dois não há certeza”, ele diz. Essa falta de certeza pode enlouquecer alguns, já que não podemos esquecer que o amor tem algo de sua origem no impulso antropofágico, o desejo de incorporar, possuir, grudar e ser dono do outro é primitivo e dá aos amantes a falsa sensação de que se eu me fundir ao outro, eu elimino a angústia da separação/insegurança. 
            Na parceria conjugal o outro é um segundo plenamente diferente e independente de nós. Com ele vêm novos questionamentos, nova história de vida, novos padrões e novos parâmetros. Recebemos um convite de adoração insegura do outro, este é soberano e não uma extensão, eco, ferramenta ou empregado trabalhando para mim. A incerteza precisa ser reconhecida e aceita. Ainda segundo Bauman, “Ser duplo significa consentir em indeterminar o futuro”.
            E o quanto estamos prontos para isso? O quanto é difícil abrir mão desse conforto (ainda que por vezes ilusório) de estar sempre no poder?
            A relação amorosa é algo tão especial que além de externamente nos perceber em parceria, nos coloca em contato com um mundo bem diferente daquele que citamos no começo desde escrito, um mundo mais humano, mais falível, mais natural.

(...) Amar significa manter a resposta pendente ou evitar fazer a pergunta. Transformar um outro num alguém definido significa tornar indefinido o futuro. Significa concordar com a indefinibilidade do futuro. Concordar com uma vida vivida, da concepção ao desaparecimento, no único local reservado aos seres humanos: aquela vaga extensão entre a finitude de seus feitos e a infinibilidade de seus objetivos e consequências.


            “Navegar é preciso, viver não é preciso”, Fernando Pessoa consegue traduzir muito bem a finitude e a exatidão que a vida e também os encontros amorosos não nos traz. Talvez seja essa a procura de deveríamos nos debruçar, quando eu me liberto da procura lógica ou veloz do viver é que eu consigo estar em harmonia e em paz comigo mesmo. 



Referências:
BAUMAN, Z. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004. 

domingo, 19 de março de 2017

"Meus selfies contam a minha história": Depressão e Ansiedade num relato à BBC.

Uma jovem decidiu falar abertamente sobre seu sofrimento diante a depressão e ansiedade que vem vivendo "desde que se conhece por gente". 
Celine, de 19 anos, nos conta um pouquinho como vem sendo seu dia a dia, para que assim, segundo suas palavras, possa tornar a discussão sobre doença mental cada vez mais presente e acolher aqueles que sofrem dela minimizando cada vez mais os estigmas negativos.

Leia o texto na íntegra do artigo feito pela BBC:

A britânica Celine, de 19 anos, sofre de depressão e ansiedade.
Ela faz parte de um universo de 80 mil crianças e jovens com os mesmos distúrbios mentais no Reino Unido.
Recentemente, um de seus posts no Facebook - em que ela conta como enfrenta o problema - recebeu o apoio de milhares de usuários na rede social.
Celine passou a registrar em fotos o seu estado de espírito por acreditar que isso lhe ajuda a encarar a depressão de frente.
Na série de selfies publicada no Facebook, Celine pode ser vista em diferentes e contrastantes estados de espírito.
Em entrevista à BBC, ela diz que seu objetivo é inspirar outras pessoas a discutir abertamente os problemas ligados à saúde mental.
Confira o relato de Celine abaixo.
"Desde que me conheço por gente, me sinto infeliz, desmotivada, malsucedida, com pensamentos horríveis passando pela minha cabeça.”
As pessoas dizem que não é possível ver a saúde mental a olho nu, mas eu discordo. Minhas fotos revelam a deterioração da minha saúde mental.
A minha saúde mental pode ser vista de diferentes formas, do cabelo que deixei de pentear, na falta de maquiagem, etc. Afinal de contas, por que eu me importaria com isso?
Também pode ser observada no meu sorriso, em todas as quatro fotos, que se torna pouco a pouco um grito de ajuda.



Como pode ser possível uma pessoa como eu ser tão infeliz na vida? Tenho dois cavalos lindos que tiveram um papel significativo em me ajudar a enfrentar minha depressão e ansiedade, entre outros problemas.
Meus pais sempre foram mais do que generosos e me apoiam de toda a forma possível.
Apesar disso, me sentia incompleta. Para mim, em algumas manhãs era impossível sair da cama porque, no fim das contas, qual era a finalidade? Não havia propósito.
Já tive pessoas gritando comigo e dizendo: "Levante-se!" ou "Pare de ser preguiçosa!", mas a verdade é que, para qualquer um que já passou por algo similar, não é fácil. E nos dias em que consigo sair da cama, sinto que mereço uma medalha de ouro.
Quando estava no meu ponto mais baixo, não só me sentia triste, mas comecei a ter problemas em situações simples.
Tudo começou quando tive de falar em público quando era muito nova. Faltava à escola até que acabei deixando de frequentá-la completamente.

'Sem chão'
Em outras ocasiões, uma simples risada dentro de um supermercado era o suficiente para me causar uma angústia tremenda porque achava que pessoas desconhecidas estavam rindo de mim.
Se, por exemplo, percebesse que uma pessoa estava me observando, achava que era porque estava gorda.
Dessa forma, me olhar no espelho fazia com que me sentisse para baixo porque nunca conseguiria ter um corpo perfeito, o corpo que as meninas hoje em dia tentam de todas as formas alcançar.
Isso se tornou uma fonte tão grande de estresse que perdi peso nos últimos meses.
E acabou afetando as coisas de que eu gostava. Não podia mais cavalgar porque sentia que não era boa o bastante - na verdade, achava que era péssima e decepcionava meu cavalo. Colocava muita pressão sobre mim mesma antes de uma apresentação, o tipo de pressão que eu não via nem em um atleta olímpico.
Ninguém merece sentir-se dessa forma. Ninguém merece sentir-se como se não pudesse fazer alguma coisa ou não fosse bom o bastante.
Quando rompi com meu namorado no ano passado, senti como se tivesse perdido tudo, pouco a pouco. Desisti de usar maquiagem e fui acometida de uma tristeza profunda. Não tinha motivação para nada.
Fui ver um psicólogo, mas ele disse que eu estava sendo melodramática.
Quando comecei a universidade, foi outro grande estresse. Algumas vezes, olhava para mim mesma no espelho e pensava, 'não posso mais fazer isso'.

Apoio
Durante meu tratamento mais recente, os médicos conversavam comigo como se meus problemas fossem completamente normais.
Tenho recebido todo o tipo de apoio, desde sessões individuais a terapia em grupo, e todo mundo aqui (hospital) conversa um com o outro sobre seus problemas.
Conheci muitas pessoas que sofrem dos mesmos problemas, mas nunca saberia disso se não tivesse falado com elas.
Foi um alívio muito grande saber que não estava sozinha. Depois de muito tempo, percebi que outras pessoas tinham os mesmos pensamentos, os mesmos estresses, as mesmas preocupações que eu.
Não é vergonha acordar e tomar um comprimido que fará com que você aproveite seu dia a dia. E ter alguém com quem você possa conversar, que possa ouvir seus problemas, faz com que você tire um peso enorme das suas costas.
O cérebro é um órgão como qualquer outro. Você não pensa duas vezes antes de tomar paracetamol para curar uma ressaca, então por que você vai pensar duas vezes antes de tomar um comprimido que vai fazer você se sentir melhor?

Sem constrangimento
Hoje, falo abertamente que tenho problemas de saúde mental. Vou sair disso mais forte no final e aproveitar o resto da minha vida.
Não há qualquer constrangimento nisso. As pessoas precisam parar de se preocupar se são fortes o suficiente para dizer 'preciso de ajuda', porque ficam com medo de serem taxadas de loucas.
Eu mesma já fui chamada de doida, psicótica, parafuso a menos... mas são nessas situações em que você percebe quem são seus verdadeiros amigos.
Sou eternamente grata ao hospital pela ajuda, e pelo apoio de meus amigos maravilhosos e da minha família, que não me julgam ou me tratam diferente de outras pessoas.
Meu nome é Celine, tenho 19 anos e sou estudante de Direito na Universidade de Hull, na Inglaterra. Falo dois idiomas e tenho um cavalo lindo. E sofro de doenças mentais.

Referências:
http://www.bbc.com/portuguese/geral-39220271

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Entrego. Confio. Aceito. Agradeço.

Entrego.
Confio.
Aceito.
Agradeço.

Das amarras da vida,
Gostaria de me despedir
Para que assim
Possa ser livre
Para ir
E vir.

Entrego.
As dúvidas e incertezas, as crenças solitárias,
Para o mundo e para o universo.
Aquilo que antes petrificava,
Mudando a dor por verso.

Confio.
Que meu caminho está ai,
Que meus pés tem a certeza.
Ir com coragem, fluindo leve,
E não contra a correnteza.

Aceito.
O que tiver que vir,
Pois sei que é só assim.
Isso é parte da vida,
Um meio e nunca um fim.

Agradeço.
Por poder estar aqui,
Inteira, repleta.
A vida é minha,
E por isso, completa.

Entrego.
Confio.
Aceito.
Agradeço.

(Ana Terra)

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Professor Hermógenes, foi militar e doutor em Yogaterapia, divulgador do hatha yoga. Foi precursor da Yoga no Brasil e autor de mais de 30 livros, traduzidos em diversas línguas. No documentário EU MAIOR, Prof. Hermógenes nos traz grandes reflexões acerca do modo de ver a vida e nos conta um pouco sobre como vê o sofrimento e a dor do mundo. Sua frase “entrego, confio, aceito e agradeço” nos remete a filosofia havaiana no Ho´oponopono.
Essa filosofia trabalha com o mantra “Sinto muito. Me perdoe. Eu te amo. Sou grato.”, divulgado e atualizado por Morrnah Nalamaku Simeona, parte do princípio de que, como a maioria dos mantras, se repetido várias vezes tem a força de curar os problemas através do estabelecimento de um estado contemplativo.




Referências
https://www.youtube.com/watch?v=357UuB48cF0
http://www.hooponopono.ws/