Mais um novo ano que está para se
iniciar e já começamos a desejar e fazer votos de mais amor, mais paz, harmonia
e renovação. As promessas também são constantes para a virada e nova página em
branco.
A filosofia Budista fala sobre 5
verdades que são realmente desafios se quisermos ter uma atitude diferente
diante da vida. O ano novo traz consigo esperança de novas mudanças, e depende
do nosso entender a vida as mudanças que queremos ver em nós e no mundo.
Segundo o Budismo, a felicidade
genuína é aquela que acolhe todos os aspectos da vida, mesmo os negativos. Essa
aceitação se faz necessária se quisermos viver de forma gratificante e livre.
Essas 5 verdades em prática, nos auxilia a não fechar os olhos para a realidade
e exercitar a constante fluidez que a vida nos obriga a lidar.
1) A preocupação é inútil
A
preocupação é inútil no momento em que fica apenas na mente e não tem o poder
de interferir no fato prático da vida. É energia gastada a toa.
Será
que essa preocupação vai mudar o que vai acontecer? Se não, é perda de tempo
que gera muita ansiedade e estresse.
O
mestre budista Thich Nhat Hanh diz:
“A
preocupação não faz nada. Mesmo se você se preocupar vinte vezes mais, isso não
mudará a situação do mundo. Na verdade, sua ansiedade só piorará as coisas.”
Mesmo
que as coisas não saiam como gostaríamos, podemos ficar satisfeitos sabendo que
demos o nosso melhor.
O
mestre ainda conta que temos que praticar o exercício de nos fixarmos no
presente. “Estou feliz agora. Não me pergunto
mais nada.”
2) Se queremos ser felizes, devemos ver a realidade como ela é.
Ao
invés de ficarmos apegados as nossas próprias crenças e valores, a filosofia do
budismo diz para nos concentrarmos em permanecer abertos e curiosos para
qualquer nova verdade.
Às
vezes queremos nos manter 100% positivos, evitando emoções ou sentimentos
negativos, mas as dificuldades aparecem e aceita-las faz parte da vida, é só
com a companhia de sentimentos bons e ruins que nossa felicidade será mais
verdadeira. O mestre budista Pema Chödrön diz o melhor:
“Temos
duas alternativas: questionar nossas crenças, ou não.
Ou aceitamos as versões fixas e impostas da realidade, ou começamos a desafiá-las. Na opinião de Buda, treinar em permanecer aberto e curioso – permitindo a dissolução de nossas suposições e crenças – é o melhor uso de nossas vidas humanas.”
Ou aceitamos as versões fixas e impostas da realidade, ou começamos a desafiá-las. Na opinião de Buda, treinar em permanecer aberto e curioso – permitindo a dissolução de nossas suposições e crenças – é o melhor uso de nossas vidas humanas.”
3) Precisamos aceitar a mudança ativamente
Tudo
na vida é mudança. Nós mudamos todos os dias, crescemos, envelhecemos. As
estações do ano mudam, o clima muda todos os dias. Mesmo assim, muitos de nós
tentam manter as coisas constantes e imutáveis, o que só gera frustração, pois
vai contra as forças do universo.
Aceitar
a mudança nos dá uma enorme libertação, pois agimos em congruência com a
natureza das coisas e então não há conflito.
O
budismo diz que tudo está em constante fluxo. Podemos resistir a mudança e
constatar mesmo assim que as coisas não estão sempre iguais e sofrer com isso,
ou então, abraçar a mudança como algo natural e caminhar de mãos dadas com ela,
gerando liberdade e energia capaz de criar a vida que queremos.
“Enquanto
o conservadorismo e a autoproteção podem ser comparados ao inverno, à noite, e
à morte, o espírito de pioneirismo e tentativa de realização de ideais evoca
imagens de primavera, manhã e nascimento.” - Daisaku Ikeda.
4) A raiz do sofrimento está perseguindo sentimentos temporários
Confundimos
a idéia de felicidade com algumas emoções como alegria, euforia, prazer, mas
esses são apenas sentimentos temporários. A busca frenética por esses
sentimentos gera sofrimento por que eles não duram.
A
verdadeira felicidade vem da tranquilidade de ser, estar contente com o que
você tem e aquilo que você é.
Yuval
Noah Harari descreve perfeitamente:
“De
acordo com o budismo, a raiz do sofrimento não é o sentimento de dor, nem de
tristeza, nem mesmo de falta de sentido.
Em vez disso, a verdadeira raiz do sofrimento é essa busca eterna e inútil de sentimentos efêmeros, que nos faz estar em constante estado de tensão, inquietação e insatisfação.
Devido a esta busca, a mente nunca está satisfeita. Mesmo quando experimenta prazer, não está contente, porque teme que esse sentimento possa desaparecer em breve e anseia que esse sentimento permaneça e se intensifique.
As pessoas são libertadas de sofrer não quando experimentam esse ou aquele prazer fugaz, mas sim quando entendem a natureza impermanente de todos os seus sentimentos, e param de aniquilá-los.”
Em vez disso, a verdadeira raiz do sofrimento é essa busca eterna e inútil de sentimentos efêmeros, que nos faz estar em constante estado de tensão, inquietação e insatisfação.
Devido a esta busca, a mente nunca está satisfeita. Mesmo quando experimenta prazer, não está contente, porque teme que esse sentimento possa desaparecer em breve e anseia que esse sentimento permaneça e se intensifique.
As pessoas são libertadas de sofrer não quando experimentam esse ou aquele prazer fugaz, mas sim quando entendem a natureza impermanente de todos os seus sentimentos, e param de aniquilá-los.”
5) A meditação é um caminho para reduzir o sofrimento
Através
da meditação constatamos que tudo é impermanente, inclusive nossos sentimentos.
Nos faz ficar no presente, que é realmente tudo o que temos.
Na
meditação devemos observar nossa mente e nosso corpo. Com o surgimento de
pensamentos, vamos percebendo o quão inútil é persegui-los, uma vez que são
muito voláteis. O exercício é ficar com a mente relaxada, não se distrair com
esses pensamentos, mas voltar sempre ao tempo presente. Vários sentimentos nos
visitam – alegria, raiva, tédio, incômodo – mas eles passam, e nós ficamos.
Experimentamos
a serenidade que não teria sido possível se ficássemos na eterna perseguição de
sentimentos agradáveis momentâneos.
Você passa a viver no momento presente em vez de fantasiar
sobre o que poderia ter sido (Yurval Noah Harai).
Referências:
https://sociologialiquida.com.br/5-verdades-brutais-sobre-vida-segundo-budismo/