sexta-feira, 7 de março de 2014

Reflexões Femininas

           Pergunte a qualquer mulher que conheça: Quais são as suas ocupações? Tenho certeza que poucas são as que elencarão apenas 1 ou 2 atividades. As mulheres de hoje são capazes. As mulheres de hoje são corajosas. As mulheres de hoje são vorazes.
            É claro que notamos que na virada do século, houveram muitas outras “viradas”. E redijo uma delas aqui: a virada do mundo feminino. Antes as mulheres eram aquelas que colhiam raízes e cuidavam da horta, enquanto os homens saíam para caçar. Depois cuidavam do lar e das crianças, enquanto os homens trabalhavam para ganhar o sustento da casa. Hoje as mulheres cuidam do lar e das crianças como antes, mas também dirigem, trabalham, se exercitam, tomam decisões, marcam reuniões, fazem, atuam, dizem, ... O acúmulo de papéis desempenhados pela mulher é muito maior, mas engana-se quem acha que está ai o grande desafio. Na verdade, o desafio está em acharmos novamente a nossa essência feminina, pois com essa confusão o feminino também se perdeu.
            Observamos não em todas, mas na maioria, mulheres-homens, que esqueceram e afogaram o lado feminino em prol de exercer o lado prático da vida. Transformam-se em mulheres inescrupulosas, brutais, grosseiras e superenérgicas.  Não digo que o que fazemos hoje não seja necessário, mas talvez tenhamos perdido a mão de como fazer. O lado masculino na mulher (chamado na Psicologia Analítica de Animus) causa opiniões categóricas e rígidas demais, críticas aos outros e a ela mesma.
            A mulher precisa estar consciente de que há algo funcionando de maneira inadequada e tomar consciência da atuação deste “homem em si mesma” e diferenciá-lo de si própria, caso contrário continuará possuída por opiniões e humores.
            A relação com o masculino positivo proporciona a capacidade de focalização e de conexão, pode ser uma fonte de encorajamento, contenção e proteção (Bourscheid, n/d).
            É preciso gestar as qualidades e características femininas, como a paciência, a entrega, a sensibilidade, a segurança, a afetividade, e por essência feminina, o nutrir e o acolher. O desprezo por essas características femininas tornam as mulheres “workaholics” e guerreiras sem escrúpulos.
            Há aí o desafio de que falamos: viver a vida prática com tudo o que ela nos exige, porém de uma outra maneira. Vivenciar e nos reconectar com o valor do feminino parece ser o X da questão.




Fonte: 
A mulher do século XXI: Rumo à redescoberta do feminino - por Rafaella Bourscheid

(em: www.ijrs.org.br/includes/_incDownload.php?arquivo=arq...1.pd)