Cada
dia, cada uma de nós enfrenta uma batalha. Passamos por desafios, sofrimentos e
por alegrias. Claro, porém, em formas e sabores diferentes. Percebemos que o
mesmo fato pode ter uma coloração e uma textura diferente, dependendo da mulher
que o experiencia. Julgamos, modificamos, agimos e sentimos de maneiras
diversas. Mas o que isso quer dizer?
Às vezes, somos surpreendidas pelo modo que
atuamos, ou então nos sentimos desmoralizadas diante de alguma situação, ou não
estamos atuando conforme o esperado. Muitas procuram o psicólogo ou o analista
para dar conta destas questões, procurando um meio de tornarem-se protagonistas
e heroínas de sua própria história. Inicia-se ai uma tomada de consciência
intensa. Começam a se dar conta de que são importantes e que poderosas forças
atuam em seu íntimo. Entenderemos aqui e daremos um nome a tais forças: Deusas
Gregas.
Por exemplo, existem mulheres que valorizam
muito o casamento, a monogamia ou os filhos. Outras preferem a independência e
a solidão, diferente daquelas que a espiritualidade é o máximo. Para algumas,
intensidade emocional e novas experiências são seu combustível e por isso vivem
pulando de um relacionamento a outro. O que é realização e desejo para um tipo
de mulher pode não ter sentido para outra, dependendo de qual “deusa” esteja
visitando-a.
Mas o que é interessante é que não há uma
regra determinada para que isso aconteça, para Bolen (1990), em fases
diferentes e momentos diferentes, podemos estar sob o poder de deusas
distintas. E ainda, quanto mais complicada uma mulher, é mais provável que
muitas deusas estejam atuando sobre ela ao mesmo tempo. Ou seja, temos em nós
muitas deusas, que dormem e despertam dependendo da jornada que vivemos.
Procurarei aqui, dentro dos próximos meses,
traçar de maneira básica um panorama sobre o padrão e a personalidade de algumas
das deusas gregas: Afrodite, Ártemis, Perséfone, Atenas, Deméter e Hera.
O conhecimento das deusas proporciona as
mulheres um meio de conhecerem a si próprias, seus relacionamentos familiares e
amorosos. Aos homens ajudam a conhecer e compreender suas parceiras. Tais
padrões ajudam a esclarecer as diferenças individuais em cada uma de nós. Eles
indicam o caminho para que, sob efeito e possessão de uma determinada deusa,
podemos seguir para continuar crescendo e expandindo-nos.
Quando a mulher sabe quais ‘deusas’ são
as forças dominantes no seu íntimo, ela adquire autoconhecimento a respeito: a)
da força de certos instintos, b) das prioridades e habilidades e c) das
possibilidades de encontrar significado pessoal através de escolhas que nem
todas poderiam encorajar. (Bolen, 1990)
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Referência:
Bolen, S. J., As deusas e a mulher. São
Paulo: Paulus, 1990.