segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O feminino e a alma como morada da deusa interior

        
       Cada dia, cada uma de nós enfrenta uma batalha. Passamos por desafios, sofrimentos e por alegrias. Claro, porém, em formas e sabores diferentes. Percebemos que o mesmo fato pode ter uma coloração e uma textura diferente, dependendo da mulher que o experiencia. Julgamos, modificamos, agimos e sentimos de maneiras diversas. Mas o que isso quer dizer?
Às vezes, somos surpreendidas pelo modo que atuamos, ou então nos sentimos desmoralizadas diante de alguma situação, ou não estamos atuando conforme o esperado. Muitas procuram o psicólogo ou o analista para dar conta destas questões, procurando um meio de tornarem-se protagonistas e heroínas de sua própria história. Inicia-se ai uma tomada de consciência intensa. Começam a se dar conta de que são importantes e que poderosas forças atuam em seu íntimo. Entenderemos aqui e daremos um nome a tais forças: Deusas Gregas.
Por exemplo, existem mulheres que valorizam muito o casamento, a monogamia ou os filhos. Outras preferem a independência e a solidão, diferente daquelas que a espiritualidade é o máximo. Para algumas, intensidade emocional e novas experiências são seu combustível e por isso vivem pulando de um relacionamento a outro. O que é realização e desejo para um tipo de mulher pode não ter sentido para outra, dependendo de qual “deusa” esteja visitando-a.
Mas o que é interessante é que não há uma regra determinada para que isso aconteça, para Bolen (1990), em fases diferentes e momentos diferentes, podemos estar sob o poder de deusas distintas. E ainda, quanto mais complicada uma mulher, é mais provável que muitas deusas estejam atuando sobre ela ao mesmo tempo. Ou seja, temos em nós muitas deusas, que dormem e despertam dependendo da jornada que vivemos.
Procurarei aqui, dentro dos próximos meses, traçar de maneira básica um panorama sobre o padrão e a personalidade de algumas das deusas gregas: Afrodite, Ártemis, Perséfone, Atenas, Deméter e Hera.

O conhecimento das deusas proporciona as mulheres um meio de conhecerem a si próprias, seus relacionamentos familiares e amorosos. Aos homens ajudam a conhecer e compreender suas parceiras. Tais padrões ajudam a esclarecer as diferenças individuais em cada uma de nós. Eles indicam o caminho para que, sob efeito e possessão de uma determinada deusa, podemos seguir para continuar crescendo e expandindo-nos.

Quando a mulher sabe quais ‘deusas’ são as forças dominantes no seu íntimo, ela adquire autoconhecimento a respeito: a) da força de certos instintos, b) das prioridades e habilidades e c) das possibilidades de encontrar significado pessoal através de escolhas que nem todas poderiam encorajar. (Bolen, 1990)



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Referência:

Bolen, S. J., As deusas e a mulher. São Paulo: Paulus, 1990.