Todo Homem em algum momento tem a necessidade
de tornar-se um sujeito. A existência é graça que nos é dada a partir do
momento do nosso nascimento, nascemos e por isso, existimos. É-nos dado um nome
e somos pertencentes a uma família.
Acontece que existir não é suficiente para
muitos de nós. A simples existência não nos preenche de forma completa.
Queremos ser, nos reconhecer e tomar partido de nós mesmos. E isso é feito de
forma natural ao longo da vida, é por isso que a adolescência é vista como uma
fase difícil é a partir dela que tomamos contato com essa nova forma de ser, a
nossa. Lidamos com questões como: Quem sou eu? Onde quero chegar? Encaixo-me
nessa forma de vida de vivi até hoje? Reconheço-me como filho de meus pais? E
se não concordar com a forma com que eles encaram a vida?
Percebemos que estávamos amarrados até então
a uma forma de vida que não necessariamente é a que escolhemos, nos notamos emaranhados
a uma mistura bem grande de desejos e vontades, seus, da família, dos amigos,
dos outros. E é ai que a maquina da vida começa a funcionar! Quando caímos na
felicidade, ou infelicidade, de perceber que não temos que dar conta dos
desejos alheios; digo infelicidade, pois dói assumir nossa própria jornada e
devolver a jornada do outro para as mãos responsáveis.
O
sujeito tem que dar conta, sem cessar, de ser sujeito, isto é, de assumir seus
desejos e deles não abrir mão, pois constituem sua própria subjetividade. (Checchinato,
2007, p.22)
Mas não
há nada mais libertador. Ser sujeito nos dá a possibilidade de assumir por completo
o nosso mundo. Checchinato (2007), nos pergunta: Mas não é isso que definimos
como cura em psicanálise? A análise faculta ao sujeito a liberdade da não
sujeição ao desejo do outro; podendo assim ter acesso ao desejo próprio. Tal
liberdade possibilita que não dispersamos energia em sofrimentos inúteis,
tirânicos, neuróticos.
O
sujeito “advertido” pode voltar a habitar a sua alma.
E não existe
lugar mais confortável e gostoso do que estar abraçado a ela.
Checchinato, Durval. Psicanálise de pais, criança, sintoma dos pais. 2007.