terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Fazer-se sujeito

Todo Homem em algum momento tem a necessidade de tornar-se um sujeito. A existência é graça que nos é dada a partir do momento do nosso nascimento, nascemos e por isso, existimos. É-nos dado um nome e somos pertencentes a uma família.
Acontece que existir não é suficiente para muitos de nós. A simples existência não nos preenche de forma completa. Queremos ser, nos reconhecer e tomar partido de nós mesmos. E isso é feito de forma natural ao longo da vida, é por isso que a adolescência é vista como uma fase difícil é a partir dela que tomamos contato com essa nova forma de ser, a nossa. Lidamos com questões como: Quem sou eu? Onde quero chegar? Encaixo-me nessa forma de vida de vivi até hoje? Reconheço-me como filho de meus pais? E se não concordar com a forma com que eles encaram a vida?
Percebemos que estávamos amarrados até então a uma forma de vida que não necessariamente é a que escolhemos, nos notamos emaranhados a uma mistura bem grande de desejos e vontades, seus, da família, dos amigos, dos outros. E é ai que a maquina da vida começa a funcionar! Quando caímos na felicidade, ou infelicidade, de perceber que não temos que dar conta dos desejos alheios; digo infelicidade, pois dói assumir nossa própria jornada e devolver a jornada do outro para as mãos responsáveis.

O sujeito tem que dar conta, sem cessar, de ser sujeito, isto é, de assumir seus desejos e deles não abrir mão, pois constituem sua própria subjetividade. (Checchinato, 2007, p.22)

            Mas não há nada mais libertador. Ser sujeito nos dá a possibilidade de assumir por completo o nosso mundo. Checchinato (2007), nos pergunta: Mas não é isso que definimos como cura em psicanálise? A análise faculta ao sujeito a liberdade da não sujeição ao desejo do outro; podendo assim ter acesso ao desejo próprio. Tal liberdade possibilita que não dispersamos energia em sofrimentos inúteis, tirânicos, neuróticos.
            O sujeito “advertido” pode voltar a habitar a sua alma.

            E não existe lugar mais confortável e gostoso do que estar abraçado a ela.


Checchinato, Durval. Psicanálise de pais, criança, sintoma dos pais. 2007.