Nos fizeram acreditar que é só na companhia
de alguém que podemos ser felizes.
Nos fizeram acreditar que ir no cinema
sozinho é o cúmulo da solidão.
Nos fizeram acreditar que sair para dançar só,
é obrigatoriamente um convite para que o sexo oposto se aproxime.
Nos fizeram acreditar que quando estamos a
sós, devemos sentir medo.
Mas crescemos e percebemos que na verdade
nosso caminho sempre foi solitário. Acordamos em nossa companhia e dormimos com
ela, depois de passar o dia todo na presença do eu. Cada pensamento que temos é
só nosso e compartilhamos apenas com aqueles que queremos.
Por que será que temos tanto medo de estar
sozinhos, se na realidade nós já somos?
É claro que vivemos cercados de outras
pessoas, sejam eles nossos pais, familiares, amigos, colegas. Mas falamos aqui
da ânsia em achar um companheiro, como se isso fosse uma obrigação; caso
contrário, você ficará para “titia” ou “titio”, e ah! Que vida triste a sua!
Me pergunto: estar com alguém por medo de
estar só, me parece um pouco aprisionador, não?
Talvez só quando perdemos esse tal medo é que
conseguimos nos relacionar plenamente e por inteiro com alguém, quando
vivenciamos a nossa própria presença e começamos a nos sentir bem com ela. Eu
na companhia de mim mesmo.
E ainda existe o velho ditado que todos nós
conhecemos – antes de ser dois, é necessário ser um.
Convide-se para uma tarde de filmes, abra uma
cerveja e aceite-se.
Um brinde! Viva!