Todos
os dias passamos em frente ao espelho, seja escovando os dentes, penteando os
cabelos, nos arrumando para ir ao trabalho, à escola, nos preparando para sair
de casa e assim nos mostrar para os outros. O primeiro julgamento do dia sobre
nós é nosso. Depois de nos olharmos por um certo tempo, aceitamos do jeito que
estamos e conformamo-nos. Estamos pronto para aparecer para aquele diferente. E,
na maioria das vezes, queremos e fazemos de tudo para que nos achem atraentes,
bonitos, bem arrumados, inteligentes, ocupados, bem-sucedidos. Mas essa é a
imagem que queremos passar para os outros. Qual é você mesmo? Qual é a mascara
que você usa?
Acabamos
sempre nos escondendo, passando uma imagem distorcida sobre a realidade que nos
cerca. Aquela famosa rede social é o exemplo mais abrangente disso, corpos a
mostra no melhor ângulo, viagens ao exterior, fotos com o amor da vida, foto na
festa com a bebida que brilha. Lá está o que gostaríamos que os outros
acreditassem que somos.
O
melhor da vida está e acontece fora, nos desentendimentos, no cabelo bagunçado,
no pijama velho que colocamos para dormir, no filme que assistimos só por
diversão, na academia que fomos para nos orgulhar de nós mesmos, e não para
ficar com o corpo bonito para que os outros valorizem. O colorido e o charme do
rebolado se encontram naquele momento que ninguém filmou, naquele encontro que
a câmera não estava a mão ou na risada que apenas seu amigo ouviu, e não o mundo
todo.
As
“curtidas” tem que vir de você mesmo. É só você que está em sua companhia ao
tempo todo.
Aquele
rosto arrumado que enfeitamos pela manhã guarda quais segredos e quais dores?
Quais saudades e quais amores?
Segredos.