terça-feira, 13 de janeiro de 2015

O colorido está nos momentos em que ninguém filmou

Todos os dias passamos em frente ao espelho, seja escovando os dentes, penteando os cabelos, nos arrumando para ir ao trabalho, à escola, nos preparando para sair de casa e assim nos mostrar para os outros. O primeiro julgamento do dia sobre nós é nosso. Depois de nos olharmos por um certo tempo, aceitamos do jeito que estamos e conformamo-nos. Estamos pronto para aparecer para aquele diferente. E, na maioria das vezes, queremos e fazemos de tudo para que nos achem atraentes, bonitos, bem arrumados, inteligentes, ocupados, bem-sucedidos. Mas essa é a imagem que queremos passar para os outros. Qual é você mesmo? Qual é a mascara que você usa?
Acabamos sempre nos escondendo, passando uma imagem distorcida sobre a realidade que nos cerca. Aquela famosa rede social é o exemplo mais abrangente disso, corpos a mostra no melhor ângulo, viagens ao exterior, fotos com o amor da vida, foto na festa com a bebida que brilha. Lá está o que gostaríamos que os outros acreditassem que somos.
O melhor da vida está e acontece fora, nos desentendimentos, no cabelo bagunçado, no pijama velho que colocamos para dormir, no filme que assistimos só por diversão, na academia que fomos para nos orgulhar de nós mesmos, e não para ficar com o corpo bonito para que os outros valorizem. O colorido e o charme do rebolado se encontram naquele momento que ninguém filmou, naquele encontro que a câmera não estava a mão ou na risada que apenas seu amigo ouviu, e não o mundo todo.
As “curtidas” tem que vir de você mesmo. É só você que está em sua companhia ao tempo todo.
Aquele rosto arrumado que enfeitamos pela manhã guarda quais segredos e quais dores? Quais saudades e quais amores?

            Segredos.